A saída para o nosso desânimo está no alicerce que sustentava Jesus quando cada pedra, prego ou fardo era lançado sobre ele
“Tenho-vos dito estas coisas, para que em mim tenhais paz. No mundo tereis tribulações; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” (Jo 16.33). Hoje comecei meu dia com este texto de João no meu coração. Jesus deixou claro que a caminhada terrena não seria nada fácil para nós. Ele nos avisou que teríamos aflições, mas disse também para termos “bom ânimo”.
Sinto-me um tanto fragilizada no meio do caos destes últimos dias em que aguardamos com ansiedade o regresso do nosso Senhor Jesus Cristo. Deus sabe que se nessas horas, não pudermos ouvir a sua voz, nos perderemos nessa caminhada. E quando lemos o texto de Hebreus 12.1-3, parece que o nosso Paizinho querido deixou um “bilhetinho”, um recado especial direto e decisivo para nós. Está escrito: “Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas.”
Fica claro para mim, que temos duas atitudes a tomar se queremos passar pelos vales dessa vida sem nos esmorecer: olhar para Jesus e considerar o que ele enfrentou.
No Dicionário Aurélio, há vários significados para o verbo “considerar”. Vejamos alguns: “atentar para, pensar, meditar, examinar, apreciar, observar, imaginar”. Ou seja, Paulo ensina que em tempos de fraqueza e embaraço, precisamos fitar os nossos olhos na pessoa do Senhor Jesus Cristo e prestar atenção, pensar, examinar, apreciar, observar e imaginar o que ele enfrentou na cruz por nós. Isso nos reanimará.
Falamos muito da cruz, mas vivemos pouco a magnitude do seu significado. “Considerando” a mensagem profética (hoje consumada) de Isaías 53. É muito sofrimento! Tudo numa imensa dimensão e num curtíssimo espaço de tempo. E o mais chocante é que ele viveu tudo isso na sua carne, como homem e não como Deus. Não é à toa que no verso 3, Isaías define Jesus como um “homem de dores” e que sabe o que é padecer!
Ele foi desprezado, rejeitado pelos seus. Levou sobre si todas as enfermidades que existiam e que viriam a existir. Foi acusado e julgado injustamente por aqueles aos quais Ele iria se entregar a morte. Levou sobre si os pecados de toda a humanidade, pagando por uma culpa que não cometeu. E teve de encarar a ingratidão descarada de todos. Não consigo deixar de pensar como ele conseguiu! Tudo sozinho. Voluntariamente. Como homem. Sendo que por muito menos a gente “chuta o balde”, amados. Como ele conseguiu enfrentar tudo isso e vencer?
Existe uma força, um ânimo celestial no coração de Jesus que eu preciso ter e o Pai sabe disso. Por isso, me orienta a olhar para ele e a considerar a cruz. Porque é ali, nas entrelinhas da história da nossa salvação, que nós achamos a resposta. A saída para o nosso desânimo está no alicerce que sustentava Jesus quando cada pedra, prego ou fardo era lançado sobre ele. Um alicerce triplo que, mais tarde, o apóstolo definiria como as únicas três coisas que permanecem: a FÉ, a ESPERANÇA e o AMOR (1Co 13.13). Aleluia!
Eu vejo que somos muito despreparados para a vida, irmãos. Conhecemos muito da teoria do Reino de Deus, mas temos pouca intimidade com as verdades do mesmo. A prova disso é que eu já escrevi inúmeras mensagens voltadas para serem luz em momentos de crise e volta e meia lá estou eu, de volta ao mesmo lugar de Marta e Maria: aos pés de Jesus, chorando, me lamentando sobre os meus “defuntos espirituais”, resmungando a aparente demora de Jesus em agir e reivindicando a ressurreição dos meus “Lázaros”.
Mas, quando eu olho para ele, vejo que tem coisas que somente Jesus pode me ensinar, porque só ele viveu e venceu. É assim que Deus faz. Vamos a ele em busca de respostas e voltamos com uma revelação, uma direção e uma promessa.
A revelação da cruz, a direção em olhar para ela e a promessa de viver na minha vida a mesma vitória daquele que a enfrentou por mim: Jesus! “Se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” (Rm 8.17).
Ânimo, meu irmão! Tende bom ânimo! Se Jesus venceu, eu e você também venceremos!
Levante a cabeça!
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